Por: Suelen Soares
O nosso
segundo dia de trabalho na propriedade da Família Comim, começou com o
costumeiro café da manhã da Odila. Leite quente, queijo fresquinho. E enquanto
tomávamos café, eram fabricados novos biscoitos para serem comercializados na feira, juntamente com as outras culturas produzidas ali mesmo na propriedade. E
conversa, muita conversa sobre o que aconteceu desde a nossa última visita, de como
foi a feira, expectativas da família e nossas.
Biscoitos e bolachas fazem parte dos produtos coloniais, comercializados pela família Foto: Viviane Borges |
Nesta segunda
ida a propriedade, a nossa equipe recebeu o reforço da professora e assistente social Viviane Borges, que conheceu a propriedade e durante um bom tempo, acompanhou um pouco da rotina da Odila. Esta observação e diálogo, nos dará suporte para o documentário, que em breve começaremos a filmar.
Destaco esta semana o envolvimento dos agricultores com o projeto. Quando
chegamos não encontramos o agricultor João Comim em casa, pois ele estava na
propriedade vizinha, enchendo as bombonas com esterco. Não demorou muito ele
chegou com o sorriso de sempre, anunciando que os vizinhos ficaram “faceiros”
com a limpeza que fez nas mangueiras e potreiros. Ao todo seu João encheu seis
bombonas, quatro foram posteriormente completadas com água e duas com leite.
A dinâmica de
trabalho, foi um pouco diferente, ao invés de fazermos o canteiro para a produção
de composto, utilizamos as bombonas, que são fruto da parceria que firmamos com
a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento
Rural.
Atrás do professor Gibran o composto preparado a semana passada e afrente as bombonas utilizadas esta semana |
As bombonas servem como um biodecompositor, além de servirem como refil e podem ser reutilizadas posteriormente para o mesmo fim. O agrônomo Gibran Alves, explicou, que 70% da produção de alimentos que chega a mesa dos brasileiros, é oriunda da agricultura familiar, por isso um manejo sustentável, através do uso de adubo orgânico, é essencial para a saúde dos consumidores e dos produtores dos alimentos.
Preparação do biodecompositor. Na foto: Odila e Fernando Comim, a técnica em agropecuária Natiele Moreira e o agrônomo Gibran Alves. |
Fernando e Gibran selando o espaço vazio entre a tampa e a mangueira, que é utilizada como escape, para os gases emitidos pelo composto |
Prefeito Farelo Almeida, Odila e João Comim, atentos a explicação do prof. Gibran, sobre o processo agroecológico, que está sendo implantado na propriedade. |
. Depois das bombonas cheias, os compostos foram mexidos, até que ficassem mais ou menos homogêneos, devendo serem remexidos no mínimo, duas vezes por semana. A garrafa pet que fica na ponta da mangueira para fora da bombona, também deverá ser abastecida com água, sempre que for necessário. Mais uma vez foi um dia rico de histórias, de união e muito trabalho.