sexta-feira, 4 de abril de 2014

Feiras populares para uma agricultura sem agrotóxicos

A busca por alternativas de como alimentar as populações que crescem desenfreadamente nas pequenas e grandes cidades brasileiras é uma tarefa complexa e desafiadora. Isso se torna ainda mais difícil quando se pretende optar por meios que seguem em caminhos opostos ao atual modelo de produção e consumo, baseado na agricultura convencional, com o uso de agrotóxicos.

Em São Borja, os consumidores encontram
alimentos mais saudáveis nas feiras municipais.
Mas a resposta para essa problemática pode vir da agricultura familiar e da agroecologia. Juliana Dias, no artigo “A possível cidade sem agrotóxicos”, apresenta uma alternativa encontrada na Região do Estado do Rio de Janeiro por uma rede de pessoas interessadas em repensar o abastecimento da população com alimentos locais e saudáveis. A solução: as feiras de agricultores familiares.

Algo comum em qualquer cidade brasileira, essas feiras apresentam uma nova lógica de comercialização, o comércio direto com os agricultores, ou seja, uma ideia baseada no exercício de estreitar os vínculos entre os cidadãos que plantam e os que consomem, buscando criar espaços comuns de convivência, comercialização e aprendizado.

Nas feiras cariocas, foram criadas novas estratégias denominadas como “circuitos curtos de comercialização”, “mercados de proximidade”, “sistemas regionais de alimentos” e “redes agroalimentares alternativas”. Elas têm por objetivo engajar os moradores do campo e da cidade, com o propósito de preservar um bem comum: o alimento.

As feiras agroecológicas, como alternativa de abastecimento, possuem benefícios para todos os envolvidos... Algo que deve pensar e refletir, seja qual for a realidade da cidade.

O consumidor obtém alimentos saudáveis e frescos e aprende a sazonalidade dos alimentos que consome. Vê na prática que determinados produtos não dão o ano inteiro, mas que podem ser substituídos por outros da temporada. Isso o educa e o ajuda a ter uma alimentação diversificada e sem agrotóxicos, sempre em sintonia com o ciclo de plantio, o que proporciona alimentos mais saborosos e preços mais acessíveis.

O desperdício de alimentos nas feiras agroecológicas também é menor, diferente do comércio com as centrais de abastecimento, onde há muita concorrência e a mercadoria é desvalorizada e o alimento é tratado de qualquer maneira.

As feiras agroecológicas também fortalecem a economia local e geram renda para as famílias de pequenos produtores. Só para se ter uma ideia, nas feiras o rendimento do agricultor com a venda direta para o consumidor é o dobro comparado ao comercializado para as centrais de abastecimento.

Além da renda, o pequeno agricultor também é valorizado. Todos os envolvidos entendem o seu papel na produção de alimentos saudáveis e sem veneno.

As feiras cariocas, como várias outras iniciativas parecidas encontradas em qualquer município  brasileiro, são modelos a serem seguidos como alternativas para alimentar as pequenas e grandes cidades de forma saudável, sem o uso de agrotóxicos, respeitando a natureza e o agricultor familiar.

Os benefícios estão na mesa, basta refletir sobre eles e sobre o futuro que queremos... de preferência, com alimentos saudáveis e sem agrotóxicos.


Se você quer ler na integra o artigo de Juliana Dias acesse aqui

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